A pesca do atum que se realiza no Arquipélago dos Açores é designada por ‘pesca de salto e vara’, devido às características das artes utilizadas, ou por ‘pesca com isco vivo’, porque utiliza pequenos pelágicos vivos como isco. É uma pesca activa e dinâmica que passa pela procura dos cardumes de atum na superfície e pela sua atracção para junto da embarcação com isco vivo. Existem dois factores extraordinariamente importantes neste tipo de pesca: a grande voracidade que os atuns apresentam quando estão a alimentar-se, chegando a entrar em frenesim, e a habilidade que o pescador possui para iludir o atum, atraindo-o ao seu anzol. As artes de pesca que são utilizadas na captura estão relacionadas com as características comportamentais e morfológicas que as diferentes espécies de tunídeos apresentam, podendo considerar-se que existe uma arte de pesca para cada espécie de atum, embora o modo de procura do cardume seja idêntico. 

A acção de pesca inicia-se com a procura de indícios da presença de cardumes, tais como: bandos de cagarros, achados, cetáceos e marchão (designação comum para alterações da superfície da água que indica a presença de cardumes). Depois de detectado, o cardume é interceptado e o chuveiro é imediatamente activado (estrutura que tenta esconder o pescador do atum lançando água na superfície do mar), provocando um fervor na superfície semelhante ao que é provocado pelos cardumes de isco tentando fugir, incitando o atum a comer. Nesta altura, o tineiro atrai o cardume de atum para junto do atuneiro lançando para o mar o isco que se encontra nos tinos. As artes de pesca que se utilizam são: a verdasca, o trocho, o espanhol, a cana, o salto e a linha de mão. A sua escolha depende da espécie alvo e do tamanho do atum detectado.

A frota atuneira necessita de grandes quantidades de isco vivo. Por essa razão, o isco deve ser mantido em boas condições a bordo durante o máximo de tempo possível, de forma a tornar a pesca de atum viável. A pesca do isco vivo consiste assim na procura e captura de pequenos pelágicos sendo as espécies alvo: o chicharro (Trachurus picturatos), a sardinha (Sardina pilchardus), e a cavala (Scomber japonicus). 

As artes mais utilizadas são o cerco e a sacada. Ambas as artes utilizam redes mas com características distintas, determinadas pelo tamanho e quantidade de peixe a capturar. Quando a captura é efectuada de noite, são utilizadas luzes e engodo para atrair o peixe. O engodo pode ser preparado com atum moído e água, restos de comida, etc. 

Depois de capturado, o peixe é cuidadosamente manuseado para que possa resistir o máximo de tempo possível. No final, é transportado para junto do atuneiro e colocado em tinos com o auxílio de camaroeiros e chalavares (o tineiro é responsável por esta operação).