Foto: Catarina Gonçalves (ex observadora POPA)
O ano de 2024 foi um ano extraordinário para a pescaria de atum nos Açores (já o de 2023 o tinha sido): como habitualmente, os observadores embarcaram no início de maio, mas com o fecho da quota do Patudo a 9 do mesmo mês (quando a maior parte da “grande frota” – barcos entre os 14 e os 30 metros – estava a iniciar a safra), aconteceu o mais indesejável dos cenários: os armadores/mestres encostaram os barcos (o Bonito, a segunda espécie que suporta a pescaria, é de águas quentes e, em cardume livre, só visita as nossas águas chegando-se mais á costa, em meados ou fim de julho) e o POPA e a sua equipa tiveram de se adaptar a essa realidade. Alguns armadores e mestres arriscaram com criatividade algumas acções, para poderem garantir algum rendimento, por pouco que fosse. Fizeram “manchas” com Patudo (espécie disponível á pesca mas proibida de capturar, como já se referiu anteriormente) na esperança que algum Bonito se juntasse a elas (já em anos passados tinha sido identificado que isso acontecia com esta espécie, embora em pequenas quantidades). Foi assim que, durante a segunda quinzena de maio até princípios de junho, fomos, lentamente, conseguindo embarcar de novo os nossos observadores. Chegados ao Verão, ocorreram algumas capturas de Bonito (já em cardume livre) com alguma expressão, mas nada que revertesse o custo da impossibilidade de capturar Patudo nos primeiros 3 meses de safra. A maior parte dos barcos acabaram por parar ou sair da região durante o mês de agosto e o último observador saíu da equipa POPA a 23 de Setembro, havendo a indicação por parte dos 4 atuneiros que ainda tinham alguma actividade esporádica, que iriam parar de vez, no final do mês.
Tendo em conta esta mudança de cenário na pescaria de atum Açoriana, o POPA tem de se adaptar: este ano, já embarcámos um dos nossos observadores mais experientes , entre Março e Maio, para tentar acompanhar a nova dinâmica que se tem vindo a instalar nos últimos 3 anos (o Patudo tem estado disponível à pesca logo em Fevereiro/Março e as embarcações locais têm aproveitado essa nova realidade, assim como alguns barcos do segmento das costeiras).
Em 2025, vamos antecipar todo o processo, desde o período para entrega de candidaturas até ao início da formação – o prazo para entrega de candidaturas vai de 1 de Janeiro a 21 de Fevereiro, os momentos de avaliação (análise de candidaturas e entrevistas) decorrem entre final de fevereiro e inicio de Março e a formação tem início, no Faial, a 31 de março prolongando-se até dia 9 de abril, dia a seguir ao qual, os observadores estarão prontos a embarcar. A previsão de fim de safra não será outubro mas sim, fins de setembro.